Sustentabilidade: A Nova Fronteira da Seguradora Moderna
- Juliano Davoli

- 5 de ago. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de set. de 2024
As seguradoras estão cada vez mais expostas a riscos relacionados às mudanças climáticas e às demandas sociais. Desastres naturais mais frequentes, transição energética e novas regulamentações são apenas alguns dos desafios que o setor enfrenta. Mas essa nova realidade também traz oportunidades únicas para as empresas que souberem se adaptar.
O relatório da AON de 2024 sobre Clima e Catástrofes revela que as perdas econômicas globais com desastres naturais em 2023 foram 22% superiores à média do século XXI, totalizando US$ 380 bilhões sendo US$ 118 bilhões em perdas seguradas, um gap de proteção de 69%.
Nesse cenário de rápida transformação e impactos severos, as seguradoras tem um papel fundamental para um futuro mais sustentável.
1. Regulamentações em Evolução
A regulamentação em torno dos riscos de sustentabilidade está em constante evolução. Um marco importante é a Circular SUSEP nº 666/22, que estabelece requisitos de sustentabilidade para seguradoras, entidades de previdência complementar, sociedades de capitalização e resseguradores. Esta regulamentação inclui a obrigação de elaborar e divulgar, até o dia 30 de abril de cada ano, um relatório de sustentabilidade detalhando ações e gestão dos riscos de sustentabilidade. Esse relatório será exigido a partir de 2025, reforçando a necessidade de que as empresas estejam preparadas para essa nova realidade.
2. Pressão de Clientes e Stakeholders
Os consumidores estão cada vez mais conscientes do impacto ambiental de suas escolhas, influenciando suas decisões de consumo. Esta tendência, embora mais pronunciada no mercado B2C, também afeta o B2B. Clientes corporativos, colaboradores, parceiros de negócio e investidores estão buscando se associar a empresas que demonstrem compromisso com a sustentabilidade. Ignorar essa pressão pode resultar na perda de negócios e de reputação.
3. Senso de Urgência
Os dados de 2023 são claros. Abordagens reativas em relação aos riscos de sustentabilidade não são mais uma opção viável. Os Princípios para o Seguro Sustentável (UNPSI) destacam a importância de uma postura proativa, promovendo uma maior conscientização entre os principais atores da indústria de seguros. Adotar uma abordagem estratégica em relação à sustentabilidade é essencial para antecipar mudanças e minimizar riscos futuros. As seguradoras têm uma oportunidade única de se posicionarem como líderes na mitigação dos riscos de sustentabilidade.

4. Oportunidades de Crescimento
A sustentabilidade não representa apenas desafios, mas também oportunidades significativas. Incorporar riscos de sustentabilidade como uma nova categoria pode abrir portas para o desenvolvimento de novos produtos e coberturas como por exemplo produtos que incentivem comportamentos mais sustentáveis, como seguros para veículos elétricos, residências com alta eficiência energética ou programas de incentivo para construções resilientes e transição energética.
As seguradoras têm a oportunidade de liderar o caminho, incentivando outras empresas a adotarem práticas sustentáveis e, ao mesmo tempo, expandindo suas ofertas de produtos para atender às novas demandas do mercado.
Conclusão
À medida que o mundo se torna mais consciente da importância da sustentabilidade, o setor de seguros deve se posicionar à frente dessa mudança. A exigência de um relatório de sustentabilidade a partir de 2025 é um claro indicativo de que a conformidade regulatória será um fator crítico. As empresas que abraçam essa transformação estratégica não só se alinham com as expectativas regulatórias e dos stakeholders, mas também se destacam no mercado por sua inovação e responsabilidade social.
Essa reflexão é baseada em uma análise detalhada dos desafios e oportunidades que os riscos de sustentabilidade trazem para o setor de seguros. É fundamental que as seguradoras considerem esses fatores em suas estratégias futuras para garantir o sucesso e a relevância contínua no mercado.






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